A ciência moderna chegou à conclusão ― nomeadamente através de Stephen Hawking e da teoria do Big Bang ― de que o universo é finito, porque tudo o que tem um princípio não pode ser classificado como sendo infinito. Contudo, Aristóteles já tinha afirmado exactamente a mesma coisa no século IV a.C.
« É evidente que existe um primeiro princípio e que não existe nem uma série infinita de causas, nem uma infinidade de espécies de causas. E assim, do ponto de vista da matéria, é impossível que haja produção até ao infinito; »
― “Metafísica” (2, II)
Mas Aristóteles vai mais longe: o universo não só teve um princípio, como tem um fim, porque não é possível uma produção até ao infinito. Andamos a ensinar Darwin nas escolas quando deveríamos também ensinar Aristóteles.
Durante séculos, e principalmente depois de Newton, a ciência positivista estava convencida da infinitude do universo ao mesmo tempo que desprezava Aristóteles e todos os filósofos clássicos. Afinal, chegamos à conclusão de que o velho grego tinha razão e que os seus detractores modernistas e positivistas estavam errados !!!
O caso do Positivismo contra Aristóteles é a prova viva e a evidência de que o “progresso histórico linear inexorável e necessário” ― conforme saído do Iluminismo, do Positivismo e das religiões políticas modernas ― simplesmente não existe.
Sobre o positivismo que privilegia o método das ciências da natureza aplicado a toda e qualquer investigação, Aristóteles escreve:
« É preciso que saibamos, antes de mais, que tipo de demonstração convém a cada objecto particular; porque seria absurdo confundir e misturar a indagação da ciência com o método (…) »
― “Metafísica” (2, III)
Esta distinção entre os métodos de acordo com as diversas ciências abre hoje caminho às ciências do espírito que se distinguem do método positivista das ciências da natureza.