Não sei quem é o autor desta proposição, mas achei interessante:
« É certo que quase nada vale por aquilo que parece. E, no entanto, talvez o que pareça valha sobre o quase-nada que lhe falta para ser tudo aquilo que não é. »
Esta proposição (ou parágrafo) tem duas partes distintas (ou períodos).
A primeira parte constata o lugar comum segundo o qual, a maior parte das vezes, as “aparências iludem”. Porém, ― e passamos à segunda parte da proposição ― acontece muitas vezes que as aparências são mais importantes do que os pequenos detalhes que fazem com que aquilo não é, passe a ser, ou seja, através das aparências, muitas vezes é-se, virtualmente, aquilo que não se é na realidade.
Contudo, não é definido, na frase, se o valor daquilo que parece, é superior ou inferior ao valor real do objecto em questão, o que significa que podemos ora sobrevalorizar ou subvalorizar aquilo que parece. A única forma de nos aproximarmos da verdade [ou da realidade] daquilo que parece, fazendo com que aquilo que parece passe a estar muito próximo daquilo que é, será sempre tentando evitar o erro. Neste sentido, devemos utilizar essencialmente a Razão [racionalidade] que é essencialmente composta pelo cálculo [do latim, Ratio = cálculo] e pela lógica-matemática [que é uma das diversas formas de inteligência]. Portanto, na busca da verdade não devemos deixar-nos guiar pelo instinto [que é irracional] ou confiar na nossa intuição [que decorre da racionalização, e não da racionalidade].
Esta proposição é do meu queridissimo Dr. Eduardo Sá e está muito bem interpretada por ti.
“ninguém é exactamente como se nos apresenta”.
Bom fim de semana
Beijos